Editorial: Exportadores investem em logística na Amazônia
25/03/2014 - O Estado de S. Paulo
Está em curso um ambicioso programa de investimentos privados destinado ao escoamento, pelos portos da região amazônica, de grande parte da safra de grãos - soja, milho e farelo de soja - produzida no Centro-Oeste, segundo reportagem de Lu Aiko Otta publicada no Estado de domingo.
O objetivo é superar, a médio prazo, os gargalos no transporte ferroviário, rodoviário e hidroviário presentes nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, que ameaçam a competitividade do agronegócio brasileiro, principal pilar das contas externas, com superávit comercial anual de cerca de US$ 80 bilhões.
Os principais grupos exportadores de grãos (Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus) e a Estação da Luz Participações (EDLP) desenvolveram o projeto Pirarara, que prevê investimentos de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões para criar três ramais ferroviários: entre Sapepal, em Mato Grosso, e Porto Velho, em Roraima, para embarque na hidrovia do Rio Madeira; entre Sinop, em Mato Grosso, e Miritituba, no Pará, onde será usada a hidrovia do Rio Tapajós; e entre Água Boa, em Goiás, e Campinorte, em Mato Grosso, onde está a Ferrovia Norte-Sul.
O projeto depende do governo federal, pois contempla uma mudança no programa federal de concessões, que prevê, atualmente, apenas um ramal no Estado de Mato Grosso, ligando Lucas do Rio Verde a Campinorte, onde se integrará com a Norte-Sul. A EDLP pretende encurtar o trajeto em 500 km, permitindo reduzir em R$ 40,00 por tonelada o custo do frete.
Investimentos para viabilizar o transporte multimodal já estão em curso, mostrou reportagem recente do jornal Valor. A Bunge já investiu R$ 700 milhões numa estação fluvial de transbordo de cargas e um terminal portuário em Miritituba, prevendo escoar 2,5 milhões de toneladas de grãos nesta safra e 4 milhões de toneladas na safra 2014/2015. Hoje, para chegar a Miritituba, as cargas têm de ser transportadas pela BR-163, em mau estado de conservação, o que onera o custo do deslocamento da safra. Outras empresas já investem pesadamente em Miritituba, como Cargill, Hidrovias do Brasil, Cianport, Unirios, Chibatão Navegações e Reicon.
Até 2020, os investimentos nesses projetos de logística deverão permitir o escoamento de 50 milhões de toneladas de grãos por ano, propiciando uma grande economia em relação ao transporte hoje dependente de rodovias ruins e portos lotados, como Santos e Paranaguá.
Acessado em 26/03/2014 às 11:30
Fonte:http://www.revistaferroviaria.com.br/index.asp?InCdEditoria=1&InCdMateria=21569
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Vale Investe US$ 80,2 Milhões E Renova Trem De Passageiros Da Estrada De Ferro Vitória A Minas
São 56 vagões carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos, além de vagões-restaurante, lanchonete, gerador e espaço para cadeirantes
Victor José, repórter do Portal Transporta Brasil
Os primeiros carros desembarcaram em Vitória (ES) depois do Natal e, após serem montados, seguirão para testes na ferrovia nos primeiros meses de 2014. A previsão é de que circulem ainda no primeiro trimestre. Toda a frota nova estará na malha da EFVM até o segundo semestre do ano.
A linha férrea liga a cidade de Belo Horizonte (MG) à Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória, e aos portos de Tubarão, Praia Mole, e Barra do Riacho, no Espírito Santo. O trajeto tem 664 quilômetros, 30 estações e atende 42 municípios. Na classe executiva, a tarifa é de R$ 91. Na econômica, R$ 58.
A mineradora informou ainda que também vai renovar a frota do trem de passageiros da EFC (Estrada de Ferro Carajás) e que os novos vagões começarão a operar a partir de 2015. Nesse caso, os investimentos somarão mais US$ 56 milhões, segundo o diretor-executivo de Logística e Pesquisa Mineral da Vale, Humberto Freitas.
Especificações
Cada carro executivo tem capacidade para transportar 60 passageiros. Já nos econômicos haverá 79 lugares. Em ambas as classes os carros são climatizados e contam com tomadas elétricas individuais nas poltronas para possibilitar o carregamento de equipamentos eletrônicos, como notebooks e telefones celulares.
Os banheiros receberam novo layout. O sistema de descarga é a vácuo, semelhante ao utilizado na indústria da aviação, o que reduz o consumo de água. Os novos carros também são equipados com monitores de vídeo. Além disso, toda a composição conta com detector de fumaça, aumentando a segurança dos usuários.
Os carros da classe executiva contam com sistema de som e iluminação individualizados. As poltronas são mais largas, e com inclinação maior que as da classe econômica. As novidades contemplam também os carros-restaurante e cadeirante. O primeiro possui 72 lugares, o que representa um acréscimo de 56% em relação às composições que operam atualmente.
O investimento prevê ainda um novo sistema de abertura e fechamento das portas externas, bem como as localizadas entre um carro e outro, que é automático. A travessia entre os carros também recebeu melhorias, e agora a conexão entre os vagões passa a ser vedada por um sistema de plástico emborrachado.
Os novos carros de passageiros contam ainda com displays externos e internos, que exibem informações gerais sobre a viagem. Dados como destino e trajeto do trem, número dos carros, estações e paradas de embarque e de desembarque, entre outros, são algumas das orientações voltadas a facilitar ainda mais a viagem.
A Vale é a única empresa do Brasil a oferecer, diariamente, o serviço de transporte ferroviário de passageiros em longa distância.
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Privatização Faz Transporte Ferroviário Crescer 90%
O Brasil tem hoje 28 000 quilômetros de ferrovias para a movimentação de cargas
Desde que passou a ser operado pela iniciativa privada, em 1997, o setor brasileiro de transporte ferroviário de cargas apresentou um crescimento de 90%. Só no ano passado, foram movimentadas 481 milhões de toneladas. Este ano, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o desempenho do setor deve ser ainda melhor, totalizando 508 milhões de toneladas transportadas.
A malha ferroviária de transportes de carga operada pelas concessionárias privadas tem hoje 28 300 quilômetros – 23 000 deles em operação. No passado, o país chegou a ter mais de 34 000 quilômetros de ferrovias, mas crises econômicas e a falta de investimento fizeram com que parte da rede ficasse obsoleta e fosse abandonada.
Apesar do baixo crescimento da economia do país nos últimos anos, as concessionárias de ferrovias mantiveram um nível elevado de investimentos e injetaram mais de 4,9 bilhões de reais no sistema em 2012 – valor 6,6% superior ao aplicado no ano anterior.
Mais investimentos – Desde que o programa de concessões da malha ferroviária foi iniciado no Brasil, no fim dos anos 1990, os investimentos em novas tecnologias, capacitação profissional, compra e reforma de locomotivas e vagões, assim como a melhoria das operações ferroviárias, totalizaram 34,9 bilhões de reais. A previsão de investimentos das concessionárias até 2015 é de 16 bilhões de reais.
A expectativa é que o setor ganhe impulso com o Plano de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo federal em agosto de 2012 e que prevê, entre outras coisas, investimentos de quase 100 bilhões de reais na construção e na adequação de 11 000 quilômetros de ferrovias nas próximas três décadas. Ao todo, 13 malhas ferroviárias das cinco regiões do país serão contempladas pelo programa. O governo planeja leiloar os primeiros trechos ainda este ano.
Apesar do baixo crescimento da economia do país nos últimos anos, as concessionárias de ferrovias mantiveram um nível elevado de investimentos e injetaram mais de 4,9 bilhões de reais no sistema em 2012 – valor 6,6% superior ao aplicado no ano anterior.
Mais investimentos – Desde que o programa de concessões da malha ferroviária foi iniciado no Brasil, no fim dos anos 1990, os investimentos em novas tecnologias, capacitação profissional, compra e reforma de locomotivas e vagões, assim como a melhoria das operações ferroviárias, totalizaram 34,9 bilhões de reais. A previsão de investimentos das concessionárias até 2015 é de 16 bilhões de reais.
A expectativa é que o setor ganhe impulso com o Plano de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo federal em agosto de 2012 e que prevê, entre outras coisas, investimentos de quase 100 bilhões de reais na construção e na adequação de 11 000 quilômetros de ferrovias nas próximas três décadas. Ao todo, 13 malhas ferroviárias das cinco regiões do país serão contempladas pelo programa. O governo planeja leiloar os primeiros trechos ainda este ano.
Fonte: http://exame.abril.com.br
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